quarta-feira, 30 de março de 2011

1º Campeonato de Portugal de DBM

Realização
Julho de 1995
Classificação Individual
1º - Augusto Martins -Turcos Otomanos (IV/55)
2º - Hilário Paulo
- Arménios (II/27)
3º - João Caroço
- OrdemTeutónica (IV/30)
4º - Paulo Canongia
- Ingleses da Guerra dos 100 anos (IV/62)
5º - Filipe Soeiro
- Acaios (IV/32)
6º - Brian Pierpoint
 - Seleucidas (II/19)
7º - João Especial
- Minoicos (I/20)
7º - João Jorge - Húngaros (IV/43)
8º - João Diogo
- Romanos (II/83)
9º - Jorge Correia
- Lusitanos (II/39)
9º - José Correia
- Franceses (IV/64)
Foto
Jogo entre Arménios (1º plano) e Lusitanos



















O jogador sem cabeça é o Jorge Correia
(Foto: HP)
Local
Lobo Branco (uma loja em Campo de Ourique - Lisboa)
Organizadores
João Especial e Hilário Paulo
Opinião
"...organizado por 2 associações de "Jogos de Simulação", com sede nos concelhos de Almada e de Lisboa, tendo sido suportado na integra por elas..."
"... o assinalável êxito da 1ª edição tem provocado uma procura das associações por novos praticantes...", 
(Documento de 1995 - assinado por Diogo e João Caroço)
Hilário Paulo

sexta-feira, 25 de março de 2011

Artigos - Fazer Moldes Próprios (parte 3)

Preparação da borracha

Neste momento já podemos começar a pensar em vazar a borracha de silicone. Antes de mais é muito importante saber a quantidade de borracha que vão empregar. Duas razões: a borracha é relativamente cara, de modo que é de evitar desperdício, e é necessário rigor na medição do catalizador da borracha, senão temos asneira.
Mas a coisa é simples. Basta medir as distâncias interiores do molde, mais uma espessura de uns 15mm, e já sabem a quantidade de borracha que necessitam.
Por exemplo, se o molde tem (por dentro) 46mm de base e 63 mm mm de altura (medidas hipotéticas), temos um volume de (4.6 x 6.3 x 1.5) = 43.47 cm3, arredondemos para 45 cm3.
Até aqui tudo bem. Agora precisamos de medir esta quantidade para o recipiente onde vamos fazer a mistura com o catalizador. Para já temos que lá meter 45 cm3 de borracha.
Se tivermos um copo de laboratório graduado, óptimo. Senão, o que eu costumo usar são recipientes de rolos fotográficos (cilíndricos). É simples: conhecendo a área da base (quadrado da metade do diâmetro, vezes Pi, exemplo para um copo de 30mm de diâmetro 1.5x1.5x3.14 = 7cm2) basta dividir o volume necessário pela área da base (no mesmo exemplo, 45cm3 / 7cm2 = 6.4cm). De forma que só temos que fazer uma marca nos 6.4cm de altura do copo, e verter MUITO cuidadosamente a borracha lá para dentro.
Eu não verto directamente a borracha da sua lata para o copo, uso uma colher de plástico para transferir. É menos arriscado, e tem-se uma medição mais correcta.
Então já temos o copo com borracha na quantidade certa. Agora temos que lhe adicionar o catalizador. Aqui precisamos de uma seringa graduada (em vidro, de preferência) com uns 2 a 5 cm3. Preparem-se para arranjar uma justificação boa para a comprarem na farmácia, senão vão todos parar à clínica de reabilitação.
Este catalizador é aplicado na quantidade indicada pelo fabricante (3% a 5% do volume, habitualmente) e misturado integralmente - a mistura tem que ser muito bem homogénea, de modo que preparem-se para ter paciência.
Como é evidente,  devem certificar-se das precauções de segurança indicadas pelo fabricante.

Vazamento

Em seguida podemos começar a vazar a borracha para dentro do molde. O maior perigo a evitar aqui é a acumulação de bolhas de ar junto da figura, o que implica um molde inutilizado. A técnica que desenvolvi foi manter a caixa inclinada, vazar um pouco de borracha (fase 1), e depois deixar pôr a caixa na horizontal deixando a acumulação de borracha no fundo "derramar-se" sobre a figura, tipo queijo amanteigado (fase 2). O objectivo é ter uma capa fina de borracha sobre a figura de modo a manter as bolhas de ar controladas.
Depois desta 1ª camada ser limpa de bolhas, pode-se juntar mais uma camada relativamente fina (1/2 a 1mm), limpa-se esta de bolhas, e por fim pode-se verter o resto da borracha.
O essencial aqui é evitar que fiquem agarradas bolhas à figura. Adivinhem como é que eu aprendi! É claro que o ideal seria ter uma câmara de vácuo, mas ninguém tem, acreditem.
As bolhas de ar podem ter duas causas: durante o processo de mistura da borracha - é quase impossível evitá-las, e bolsas de ar devido aos contornos e reentrâncias da figura. Em qualquer caso é necessário muito cuidado, podendo as bolhas que surjam ser picadas com um alfinete.

Cura

A borracha, sendo um polímero, leva um tempo a curar variando conforme as especificações do fabricante. A que eu usava levava 24 horas até poder ser manuseada. Este tempo pode ser agravado com temperaturas frias, podendo até impedir a cura da borracha, de modo que a caixa deve ser mantida num ambiente de temperatura mediana, e ser guardada na horizontal. Portanto nada de experimentar isto a 5000m de altitude!
Outra precaução é não evitar absolutamente a tentação de tocar na borracha durante o processo de cura!!! Para este efeito, guardem o copo onde fizeram a mistura de borracha, não o limpem, e se quiserem experimentar se a borracha está curada ou não, podem tocar na borracha do copo. Mesmo assim se a borracha já estiver sólida, dêem mais umas horitas de repouso à caixa, não vá o diabo tecê-las e haver alguma bolsa menos homogénea.

Remoção da plasticina

Tendo corrido tudo bem, podem desfazer a caixa de legos. Com cuidado separam a plasticina da base, de preferência pela camada de plástico de cozinha que interpuseram, voltam o "tijolo" de borracha e plasticina com a borracha para baixo, e cuidadosamente - sempre! - removem a plasticina de cima da borracha, sem afectar a figura que está por baixo!
O resultado final é uma cama de borracha com uma figura inclusa, bem como alguns palitos e metade do cone de enchimento..

2ª caixa de molde

A seguir pôem esta cama sobre a placa de lego e voltam a construir a caixa à volta com as mesmas dimensões.

Desmoldante

Logo antes da preparação da 2ª metade do molde de borracha, passamos uma camada de desmoldante. Eu uso um spray de desmoldante de silicone próprio, mas bastará óleo de cozinha de baixa viscosidade. O óleo deve cobrir inteiramente a borracha, sem ser em excesso que cubra o detalhe da figura. O objectivo é, como é natural, impedir que a nova camada de borracha possa aderir à anterior, o que resulta num molde estragado.

A 2ª metade do molde

Agora lembrem-se de completar com plasticina o cone de enchimento da figura, ao topo do molde, e podem repetir o processo de vazamento como foi descrito anteriormente.
Ao fim deste processo todo podemos desfazer de novo a caixa, separar cuidadosamente as metades do molde, retiramos a figura, os palitos e a plasticina do cone de enchimento, e a única coisa que falta é terminar os gitos de respiro. Estes podem se abertos a partir da figura para os canais deixados pelos palitos, com um X-Acto MUITO afiado. Abrem-se canais finos com dois cortes em bisel numa superfície de molde só, e já está!
Estes novos respiros devem ser sempre dirigidos para cima, de modo a evitar que haja escorrências de metal.
A partir daqui é só despejar metal derretido para dentro. Mas isso fica para outra ocasião!
Por fim, se se justificar, podem fazer incluir mais que uma figura no molde. Podem colocar várias figuras em paralelo, o que é uma economia de tempo. Podem fazer isto, por exemplo com cavalo e cavaleiro, ou com dois ou três lanceiros em posições diferentes. O critério principal é que o número de figuras que se prevê tirar seja aproximado. Cada figura deve ter o seu cone de enchimento separado.
Para a execução deste artigo tenho a agradecer a contribuição do modelo Magriço, que se sujeitou a ser desenhado nas mais incómodas poses.

Miguel Morão

domingo, 20 de março de 2011

Artigos - Fazer Moldes Próprios (parte 2)

A caixa de Lego
Para construirmos o molde precisamos de fazer uma caixa para receber os materiais. Esta caixa tem que ser capaz de ser desmontada e reconstruída exactamente com as mesmas dimensões. Depois de experimentar vários métodos (cartão, vidro acrílico, etc) cheguei à conclusão que o melhor era usar peças de Lego.
Assim vamos construir uma caixa capaz de receber uma cama de plasticina mais umas certas margens para as paredes. Até aqui não há grande ciência...
Para construir a caixa pousamos a figura sobre a base onde a caixa irá assentar - de preferência uma base da Lego mesmo, uma daquelas verdes onde se constroem casas, e depois colocamos peças longas nos lados e topos, repeitando aproximadamente as dimensões indicadas na figura.

A camada de plasticina
Podemos então começar por cobrir o fundo da caixa com plasticina, em esferas mais ou menos regulares, com uns 5 a 8 mm de diâmetro - não é muito crítico. Convém para todas as operações, que a plasticina esteja meio amolecida (à temperatura da mão). Fria é muito aborrecida de trabalhar.
Depois da 1ª camada, aplicamos um rectângulo de plástico de cozinha - com a área da base do molde, mas sem grande rigor - para facilitar desmanchar o molde mais tarde.
Em seguida podemos aplicar com mais cuidado outra camada de plasticina, desta vez em esferas mais pequenas, e depois calcamos e alisamos com uma espátula.




Ferramentas
A propósito de espátula, vamos falar um pouco disto. Eu uso algumas espátulas etc que eu próprio fiz reaproveitando cabos de pincéis velhos. Também tenho mais alguns cilindros de madeira com ponta arredondada que são muito úteis para nivelar a plasticina, como no passo acima.
Estas espátulas, como se vê pelo aspecto, já fizeram muito bom serviço!


Colocação da Figura
A figura é colocada sobre a cama de plasticina fazendo a sua base um ângulo de uns 30º para evitar formação de bolsas de ar. Em seguida sobe-se o nível da cama de plasticina até chegar ao nível das linhas de moldação da figura. Esta operação é a mais difícil e meticulosa do processo. Implica estudar bem a figura previamente para se determinar por onde as duas metades do molde se vão dividir de forma a evitar que a figura fique de alguma maneira presa. O melhor é pegar nalgumas figuras já existentes, a pé e a cavalo, e examiná-las bem para ver por onde passam as linhas de separação de moldes.
A plasticina deverá idealmente ficar próximo da perpendicular onde toca na figura.
Caso não se perceba muito bem, nas duas imagens abaixo o que se quer representar é um corte pelas pernas da figura, viso de cima.






Gitos
Depois de a figura estar bem acamada na sua base de plasticina, vamos tratar dos "gitos". Este termo estranho designa os canais por onde o metal chega à figura (gitos de enchimentos) e os canais por onde escapa o ar para dar lugar ao metal (gitos de respiro).
Vamos então ao gito de enchimento. Levamos um palito (de secção redonda para facilitar) de pontas cortadas para ser um cilindro, desde a parte mais alta da figura a reproduzir - normalmente a cabeça - até ao topo da caixa, deixando uma folgazita neste topo. O palito é meio enterrado na plasticina, e sobe-se se necessário o nivel desta para ficar meio-cilindro submerso.
No topo do molde e por cima do gito de enchimento construímos um meio cone em plasticina de modo que a base tenha uns 15-20mm de diâmetro. Este cone vai constituir o funil de enchimento.
O encontro do palito com a cabeça da figura é acertado cuidadosamente com alguma plasticina.
Para os gitos de respiro, assentamos um palito de cada lado da figura, com a parte superior obliquando para os lados do molde. Estes gitos não tocam na figura.
Por fim, com uma cabeça de lápis ou com a ponta de um cilindro de madeira fazemos duas impressões na plasticina só com alguns milímetros de profundidade em cantos opostos do molde, para permitir o alinhamento das metades do molde mais tarde na fundição (pormenores marcados com "A" na ilustração).

Miguel Morão


terça-feira, 15 de março de 2011

Artigos - Fazer Moldes Próprios (parte 1)

Introdução

A execução de moldes caseiros permite obter figuras originais, a preço aceitável, e de boa qualidade se forem mantidos alguns cuidados. Não vou dizer que é uma tarefa simples, pelo contrário. Aviso desde já que a preparação de um molde é uma tarefa muito meticulosa, da qual depende em grande parte a qualidade da figura final.
As instruções que se seguem não devem ser entendidas como um método fácil e barato de fazer pirataria de figuras. Os utilizadores devem usar a sua criatividade para criarem figuras originais, e claro está, se conseguirem implantar-se no mercado, podem vender as suas. Com certeza que depois deste trabalho todo não vão querer que pirateiem as figuras que eles fizeram, pois não?
Este método de execução de figuras não implica a aquisição de equipamento dispendioso - centrifugadora, forno de temperatura controlada, etc. - mas embora sendo artesanal, para pequenas tiragens consegue obter cópias de boa qualidade.

Material necessário:
  • Originais, naturalmente,
  • Várias peças de tijolos Lego,
  • Massa de modelar (plasticina) de cor contrastante com o metal (vermelha, por exemplo),
  • Borracha de silicone,
  • Um pequeno jogo de espátulas,
  • Palitos redondos,
  • Um copo plástico, graduado ou cilíndrico,
  • Uma seringa graduada de uns 5 cm3. 
Miguel Morão

quinta-feira, 10 de março de 2011

A DBM em Portugal

1995 - 2002

No longíquo ano de 1995, em Portugal, cada grupo dava os primeiros passos na experimentação das DBM e simultaneamente debatia-se as hipóteses destas regras se afirmarem.
Numa dessas conversas, Hilário Paulo e João Especial, avançaram com a ideia de se organizar um campeonato nacional de DBM e de imediato foram contactados o Filipe Soeiro (pelo seu domínio das regras) e o Paulo Canongia (pela sua ligação ao Lobo Branco - o principal local onde se realizavam os jogos).
E o trabalho iniciou-se. Foram contactados jogadores, fizeram-se as equipas e garantiram-se as instalações.
A 15 dias do evento o Filipe Soeiro teve, por razões profissionais, de sair do projecto e para "ajudar" a chuva inundou o Lobo Branco.
No Sábado anterior, em Almada, numa bela manhã fresca mas solarenga, o João Especial e o Hilário Paulo reuniram-se num café e decidiram avançar com o torneio. Foram feitas 2 equipas de trabalho. A primeira organizaria o torneio (regulamentos, prémios, etc) e faria o terreno necessário, a 2ª enxugava e limpava o Lobo Branco.
E...
Realizou-se o 1º Campeonato de Portugal de DBM.

Hilário Paulo

sábado, 5 de março de 2011

Artigos - O Mito do Panzergrenadier (parte 5)

Conclusão

O Sdkfz251 apesar das suas linhas futuristas não passava de um "taxi" de campo de batalha - quando chegava ao destino, o passageiro apeava. Não era de maneira alguma uma viatura de combate de infantaria, tanto pelo armamento insuficiente (uma metralhadora ligeira à proa), como pela blindagem fraca que não permitia ir por onde os tanques iam. Quando muito podia a infantaria permanecer montada se os SPW passassem despercebidos na confusão, e na presença de alvos mais valiosos - tanques, por exemplo. Enfim, riscos. Sejamos justos e reconheçamos que este problema só foi resolvido definitivamente nos anos 70 pelos Russos com os BMP.
A propósito de Russos, estes recebiam o apoio material Aliado do Lend-Lease, mas não receberam meia-lagartas em quantidade suficiente para constituir unidades de indantaria mecanizada, sendo reservados para funções especializadas - unidades de reconhecimento, tractores anti-tanque, etc.
A viatura Russa blindada de transporte de infantaria chamava-se T-34! Ao contrário do Sdkfz251 tinha rasto contínuo, excelente mobilidade táctica, era armada com uma peça respeitável, 76 ou 85mm, excelente blindagem. Só tinha um pequeno defeito: a blindagem ficava pelo lado de dentro! 
Bom, a infantaria tinha que desmontar à mesma quando começasse a chover chumbo, mas observemos um facto: quem ganhou a guerra, os alemães com toda a sua sofisticação? Ná!...

Miguel Morão

terça-feira, 1 de março de 2011

Artigos - O Mito do Panzergrenadier (parte 4)

A aplicação táctica

Em qualquer caso - infantaria simples, motorizada, mecanizada, ou mesmo tropa blindada - a divisão propriamente dita tinha mobilidade limitada. Os elementos tácticos podiam ter mais ou menos mobilidade, mas o grosso da divisão continuava ligado à estrada.
Quanto à infantaria, a normal combatia como marchava: a pé. Quando se tratava de uma progressão já em condições de combate, o avanço era feito a pé aproveitando as coberturas e desenfiamentos que o terreno pudesse dar. Não esquecer também um facto importante: uma formação de infantaria, por desvantagens que tenha, é um alvo muito menos visível à distância que qualquer viatura. Além disso, a infantaria pode fazer uma coisa que uma viatura não faz: quando a coisa se torna feia, mete o nariz no chão!
A infantaria motorizada, se tinha vantagem na deslocação em estrada em marcha fora de contacto, quando se aproximava da zona de combate tinha que desmontar e enviar as suas viaturas de transporte para lugar seguro, ou simplesmente quando o eixo de marcha se afastava da estrada. Em seguida a tropa fazia a sua aproximação a pé, tal como a infantaria normal. Tinha que desmontar por duas razões: a viatura de transporte não tinha capacidade todo-o-terreno, e além disso um camião no campo de batalha é um alvo demasiado óbvio e totalmente frágil relativamente a qualquer arma.
Quanto à infantaria blindada, já dispunha de viaturas todo-o-terreno, podendo portanto deslocar-se mais com maior flexibilidade no campo de batalha. No entanto a blindagem não era muito resistente, dando protecção apenas contra armas ligeiras de infantaria e estilhaços dispersos. Era um alvo muito visível e vulnerável a qualquer arma anti-carro decente a qualquer alcance, inclusive às espingardas anti-carro, que embora relativamente inúteis contra tanques mantinham a sua utilidade contra este tipo de viaturas. 
A propósito das espingardas anti-carro, o Exército Vermelho manteve estas armas até Berlim, muito depois de os outros exércitos já as terem abandonado. Além do efeito nas viaturas de blindagem fraca, tinham grande utilidade em combate de ruas, devido à capacidade de penetrar paredes de tijolo e betão. Entretanto percebi também de fontes russas que tinham também efeito sensível nas viaturas blindadas maiores nas superfícies laterais e trazeiras. Isto obrigou os alemães a aplicar as "schuerzen", as placas de blindagem lateral separadas, que pareciam ser sobretudo defesa contra projécteis de efeito dirigido. Ora o Exército Vermelho não usou nem bazookas, nem Panzerfäuste, nem nada disso! Donde a conclusão parece simples!
Voltando ao raciocínio anterior, de modo que mais tarde ou mais cedo chegava sempre um momento em que a infantaria blindada tinha que se apear, sob pena de a viatura ser destruída, junto com o conteúdo. 
Ao fim e ao cabo, a infantaria montada - em camião ou SPW - deslocava-se rapidamente em estrada ou TT, conforme, em terreno coberto ou desenfiado, em áreas de vulnerabilidade reduzida. Assim que a situação ameaçasse tornar-se perigosa para as viaturas a infantaria tinha que desmontar antes que a ameaça se efectivasse.

Miguel Morão