segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Troféu ULISSES de DBM (2ª parte)

Classificação Final

DBM
Classif.
Jogadores
Pontos
Pontos
Marco Quinta
9
30
Hilário Paulo
6
20
João Caroço
6
20
Jorge Correia
3
10
Augusto Martins
3
10
João Especial
0
0




3ª Jornada


DBM
Jogadores
Pts
Pts
João Caroço
0
0
Marco Quinta
3
10
Jorge Correia
0
0
Hilário Paulo
3
10
João Especial
0
0
Augusto Martins
3
10
Bold - Jogos não realizados




2ª Jornada

DBM
Jogadores
Pts
Pts
João Caroço
3
10
Marco Quinta
3
10
Jorge Correia
0
0
Hilário Paulo
3
10
João Especial
0
0
Augusto Martins
0
0
Bold - Jogos não realizados




1ª Jornada

DBM
Jogadores
Pts
Pts
João Caroço
3
10
Marco Quinta
3
10
Jorge Correia
3
10
Hilário Paulo
0
0
João Especial
0
0
Augusto Martins
0
0
Bold - Jogos não realizados

Hilário Paulo

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Troféu ULISSES de DBM (1ª parte)

Troféu Ulisses - para exércitos de 3000 a.C. até 835a.C.

Foram realizadas 4 edições deste torneio, que foi batizado com o nome de Ulisses em honra ao fundador mítico de Lisboa, porque este "viveu" no período histórico que incluí os exércitos do 1º livro de DBM.

Estas actividades têm servido como espaços lúdicos e de convívio entre os jogadores de DBM em Portugal, levando a uma melhoria do jogo individual praticado e ao aparecimento de novos jogadores e de novos exércitos.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Artigos - Como eu jogo com... Citas

Lista 43, Livro 1

Estou certo que a maior parte dos jogadores de DBM que procuram exércitos capazes de derrotar  os seus oponentes e que consultaram esta lista decidiram, após breves instantes, que não valia a pena perder tempo com semelhante exército. Um exército que é constituído por cavalaria ligeira (F) e cujo tipo de tropa mais pesado é cavalaria (O), da qual apenas pode possuir cinco elementos, cuja infantaria é auxilias (O) e psilois (O), e em que todo o exército, incluindo os seus generais, é irregular? Ainda por cima possuindo um alto factor de agressividade, quatro, o que faz com que esteja quase sempre ao ataque? - Ah! Não vale a pena, este exército é demasiado fraco. – pensará o jogador mais incauto mas não devia pensar assim pois, caso venha a enfrentar o exército Cita na mesa, pode vir a ter uma surpresa muito desagradável…

O exército Cita chamou-me a atenção precisamente por isto. Seria de facto um exército tão mau como se dizia? Justificava o desprezo a que era votado? Após ter consultado a lista decidi que a única maneira de testar os seus méritos era fazer um jogo com ele mas, porque não estava certo se se justificava investir tempo e dinheiro na formação deste exército, fiz um pequeno ensaio, a solo, em minha casa opondo duzentos e cinquenta pontos de Burgúndios da Ordennance, um bom exército medieval com cavalaria pesada, archeiros superiores e generais regulares, face a duzentos e cinquenta pontos de Citas, tendo para isto requerido o uso dos meus cavaleiros ligeiros Palmiros, Helenísticos, Romanos, entre outros…


O resultado final foi absolutamente surpreendente. As alas do exército Burgúndio, com os seus archeiros superiores, aguentaram os cavaleiros citas mas devido à constante pressão exercida por estes mal conseguiram saír da sua posição inicial. Os cavaleiros pesados, que constituiam o centro do exército burgúndio, foram avançando para o contacto com a cavalaria ligeira cita mas esta foi evitando o choque e, à medida que os cavaleiros burgúndios iam avançando e os seus archeiros íam ficando para trás, devido à pressão ciméria, abriram-se brechas na linha burgúndia que fez com que os cavaleiros burgúndios ficassem com os seus flancos expostos.

Era só isto que a cavalaria ligeira cita esperava tendo então, na sua jogada, atacado em massa a linha de cavaleiros burgúndios. Com factores de dois para três nos flancos bastava um pouco de sorte e foi isso que sucedeu. Após duas ou três jogadas dos sete cavaleiros burgúndios que tinham iniciado a carga só restava o seu general. Um ataque à bagagem  e a alguma infantaria burgúndia, agora bastante mais vulnerável devido à destruição da sua cavalaria, fizeram o resto. Teria sido uma vitória por 10 x 0.

Que conclusões pude eu tirar deste jogo acerca das capacidades do exército cita? Que não era um exército fácil de jogar mas que um jogador experimentado, que se mantivesse concentrado e que tivesse uma média normal de PIP’s, podia, no mínimo dar uma luta válida ao seu oponente.

Os meus jogos subsequentes, já com os «verdadeiros» Citas, demonstraram isto mesmo. Quando os PIP’s sorriam aos Citas este exército era, inclusivé, capaz de bater Assírios Sargónidas, um dos mais poderosos exércitos de todas as listas DBM, mas se os PIP’s não permitiam que o exército Cita conseguisse manobrar e este fosse contactado de frente por cavalaria superior na jogada do adversário a derrota era certa.


Apesar de tudo a minha média de sucesso com este exército anda na ordem dos 60 - 70% e é de notar que já enfrentei bastantes exércitos de cavalaria superior Cv (S) e cavaleiros superiores Kn (S). Entre alguns oponentes face aos quais os Citas obtiveram notáveis sucessos contam-se Medos, Assírios, Palmiros e Cartagineses. Claro que, como em tudo na vida, a sorte desempenhou um papel preponderante nestas vitórias…

Quais são então os trunfos do exército Cita? Primeiro que tudo a quantidade de tropas que ele consegue colocar na mesa. A 400 pontos, com 3 generais, os Citas podem colocar mais de 80 (!) bases de cavalaria ligeira na mesa. As reacções dos oponentes quando, pela primeira vez, me observam a colocar o exército Cita na mesa são de espanto e admiração. – Nunca mais acabam?! Este jogo é a 400 ou 1000 pontos?! - e a, menos ingénua, - Tens a certeza que não te enganaste nas contas? – Não, o exército Cita pode ser fraco em qualidade mas é extremamente forte em quantidade. Como disse um dos meus oponentes ao ver os seus Cavaleiros pesados serem submergidos por uma onda de cavalaria ligeira – Parecem formigas! – A vista de tantas tropas adversárias acaba, normalmente, por inibir ligeiramente o meu oponente e isto confere – me alguma vantagem moral no início do jogo.

Além disso não é facil desmoralizar um comando Cita. Muitas vezes estes comandos só quebram aos onze e doze elementos o que, a meio do jogo e perante a ausência de resultados visíveis, quando alguns dos meus comandos já possuem oito ou nove baixas, leva os meus oponentes a ficarem impacientes e, na ânsia de conseguirem desmoralizar o comando, cometerem erros que, normalmente, procuro aproveitar ao máximo. Claro que sem PIP’s não há maneira de aproveitar os erros dos oponentes …

Outra vantagem que é conferida pelo grande número de elementos que o exército Cita possui é que, normalmente, qualquer marcha de flanco que ele faça será quase sempre superior a qualquer marcha de flanco feita pelo seu oponente. O conhecimento disto não só inibirá o outro jogador de fazer marchas de flanco como, inclusivé, o seu receio de uma marcha de flanco será tal que, frequentemente, colocará um número invulgarmente elevado de tropas nos flancos para fazer face a esta ameaça, deixando assim o sector central do seu exército algo fragilizado e com possibilidades de ser muito mais facilmente flanqueado pelos rápidos cavaleiros ligeiros Cita… Sim, a marcha de flanco, efectiva ou em «potência», é uma das armas mais poderosas do exército Cita. Claro que este exército também possui algumas sérias desvantagens…

A primeira, e talvez a mais importante, é a ausência de generais regulares. Quantas vezes vi a minha cavalaria ligeira não poder quebrar contacto de cavalaria superior num sector em que o general só tinha tido um PIP enquanto noutro sector da frente, que não estava sob pressão inimiga, o general tirava um quatro nos PIP’s… Claro que na jogada seguinte a minha cavalaria ligeira era destroçada pela cavalaria superior, ainda para mais sendo (F) na jogada do adversário…

A segunda desvantagem é a nível moral. O jogador que jogue com Citas tem que estar preparado para perder muitas tropas na mesa, tem que estar, e.g., preparado para perder um, dois, três elementos de cavalaria ligeira desde que estes consigam retardar o choque da, em 99% dos casos, mais forte linha adversária. Ora, é sabido que nenhum jogador que se preze gosta de tirar as suas figuras da mesa quando elas são destruídas em combate. Com os Citas tal gesto torna-se irritantemente normal apesar de, muitas vezes, isso não implicar uma derrota no final do jogo…

Outra desvantagem é a ausência de tropas de choque. Aqui não é como nos exércitos medievais, em que basta apontar os cavaleiros ao oponente e deixá-los fazer o seu trabalho, aqui o jogador tem que ser flexível, tem que vencer pela manobra, pela simulação, pelos ataques de surpresa mas talvez esta ausência de tropas de choque acabe por levar ao que é, para mim, o factor mais estimulante de jogar com Citas. E qual é esse factor? Muito simplesmente o desafio. Este exército obriga o jogador a pensar, a esforçar – se, a estar com a máxima atenção para explorar o mais pequeno erro que o seu oponente cometa é, em resumo, um exército que obriga o jogador a dar o melhor de si próprio para conseguir obter a vitória que com um exército de cavaleiros medievais, e.g., seria, em princípio, bem mais fácil de obter, mas a sensação seria a mesma? A resposta é não! Eu, pelo menos, sinto muito mais satisfação ao conseguir uma vitória com um exército Cita do que com, e.g., um exército de cavalaria pesada porque sei que tive que dar o melhor das minhas capacidades como jogador para levá-lo ao triunfo face a exércitos que, à partida, lhe são superiores.

Não é um exército para um jogador inexperiente mas para quem quer pôr à prova as suas capacidades enquanto jogador de DBM o exército Cita é o exército indicado para esse desafio.

Bons jogos para todos.

João Paulo Caroço